domingo, 15 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 8

Ele repetiu o golpe, pegando Rafael como cobaia, assim que ele terminou investi contra ela novamente e Ariel conseguiu me acertar no tempo correto e no local certo, mas nada de muito extraordinário aconteceu.
Estava com muita raiva para sentir qualquer dor, percebi que arqueei um pouco e quase fui de joelhos para o chão, Gabe me segurou pelo lado antes disso, ele me encarava aquilo me dava arrepios violentíssimos. Ergui-me subitamente e me soltei do braço dele.

- Tudo bem? – Ele me perguntava ainda sem tirar os olhos dos meus.

- Estou bem. Agora é a minha vez.

- Ok, mas se prepare porque vou te pegar mocinha. – Disse a mala da Ariel. Pensei “Pode vir, veremos quem pega quem, pequena sereia”.

- Quando quiser.

Ela investiu contra mim de uma maneira tão singular que me lembrou o Rafael, eles realmente tentavam beijar alguém daquela maneira?! Ariel se aproximou e ergueu as mãos para me segurar, sem pensar soquei o tórax da menina, ela arqueou e caiu.

- Jasmim, calma. – Ela parou para tomar fôlego. - Também não sou saco de pancadas, era para ser só uma encenação. – Gabe reprimia um riso ao nosso lado.

- Pelo visto ela saberia se defender muito bem se alguém colocasse o dedo em seus lábios e tentasse beijá-la. – Ele dizia me olhando com um tom de desprezo, agora tinha absoluta certeza de que ele queria me provocar pelo ocorrido no shopping – Continuem treinando, mas com menos intensidade, não queremos ninguém sendo hospitalizado após as aulas certo?!

Olhei para Rafael, ele parecia não ligar para o comentário do shopping de Gabe, o “Professor” nos deixou ali e foi verificar outras duplas, ele queria me deixar nervosa, mas por quê? Porque dar o exemplo exatamente da cena que Rafael e eu protagonizamos no shopping? Bom, não sei se o teria socado, até que ele era bem gatinho, sem aquele olho roxo, claro. Aquilo nem era artes marciais, aula de defesa de beijo, nunca ouvi fala.
A aula foi mais cansativa do que imaginei, após Gabe ter encerrado, todas as meninas foram para o vestiário, resolvi tomar um banho antes de ir embora, não tinha pressa nenhuma de chegar em casa, no vestiário a tal Ariel pediu a atenção do pessoal.

- Meninas um minutinho da sua atenção, preciso fazer um convite a todas, afinal conheço nem que seja de vista todas vocês aqui. – Serio, eu não reconhecia ninguém. - Estou fazendo uma festa na minha chácara para comemorar meu aniversario. Vai ser a festa do Black, ou seja, todos os convidados devem ir de preto. Gostaria muito que todas vocês fossem. Vai ser na próxima semana, no sábado à noite. - Algumas das meninas nem conseguiam esconder o êxtase de serem convidadas. - Bom gente preciso que todos me confirmem até quarta feira e me passem seus endereços, porque vou conseguir umas vans para levar quem não tiver como ir de carro, já que a chácara é longe.

Algumas meninas faziam fila na frente da Ariel para confirmar presença, todas estavam com pressa de ir embora, pois se trocaram correndo assim que confirmaram com ela. Garota estranha.
Fiquei lá sentindo a água quente cair sobre a minha pele, tentei entender o que Gabe quis com toda aquela encenação na aula, minha cabeça parecia um carrossel girando em torno de Gabe, mas como tudo sobre ele incluindo a aula de hoje, era inexplicável. Só eu mesma para ter a sorte de pega-lo como professor, fechei o registro da água, me sequei, a academia era muito limpa, gostei de lá, o professor não era muito agradável, mas com certeza era lindo, nossa ele estava perfeito de Kimono e calça preta, o que foi aquela hora que o Kimono dele abriu de leve, mostrando aquele corpo sarado? Foco. Foco Jasmim.
Será que a pequena sereia também tinha convidado os meninos? O Gabe iria? Eles pareciam amigos, sacudi a cabeça tentando não pensar muito nisso.
Coloquei uma calça jeans e uma blusinha regata preta que levei em uma mochila, dei uma secada no cabelo, lá fora estava meio friozinho e ventando, ia ter de prendê-lo, se não ia chegar em casa com ele horrível, a sorte que ele é terrivelmente liso, o prendi com um palito de cabelo que sempre levava junto, fiz um coque bem bonitinho, me abaixei para pegar o moletom, ouvi a porta bater subitamente me assustei, mas logo pensei que alguma das meninas deveria ter esquecido algo.
Continuei procurando o moletom na mochila, estava difícil tira-lo de lá, ele estava bem no fundo, senti uma mão puxar minha mochila de mim, olhei assustada pronta para mandar quem quer que fosse ir catar coquinho, mas era Gabe. Congelei como sempre, quando se trata dele.

- Gabe?

- Prefiro seu cabelo solto. – Me encostei no armário, ele veio na minha direção, deixou minha mala cair no chão e tirou o palito do meu cabelo, ele caiu pelas minhas costas ainda molhado.

- Você não tem que preferir nada. – Minha voz soava mais melosa do que gostaria.

- Deus essa sua boca me enlouquece. – Agora sim amoleci, minhas mãos tremiam, se meu coração não diminuísse o ritmo teria um ataque cardíaco.

- Você... Não... Eu... – Droga não conseguia mais pensar em nada, uma das mãos dele estava em meu cabelo, me segurando pela nuca, a outra mão estava na minha cintura, passeando levemente até as minhas costas.

Olhei em seus olhos, meio assustada, mas não querendo que ele parasse. Gabe devolveu o olhar e era uma olhar de quem estava me devorando com seus olhos negros que me davam arrepios múltiplos.
Sua boca esboçou um sorriso debochado como se soubesse todos os tipos de sensações que me proporcionava então se colocou nos meus lábios. Fechei meus olhos, queria que isso não acabasse, queria que o mundo parasse naquele instante.
No começo ele foi muito sutil, passou sua língua delicadamente entre os meus lábios, como se pedisse permissão para seguir em frente, não tive reação, mas por algum motivo Gabe sabia que permissão ele tinha de sobra, enquanto isso nossos corpos estavam colados, sua mão passeava pelo meu cabelo aquilo era delicioso, o cheiro dele me penetrava, sua pele era macia e quente, tomei coragem e coloquei uma mão em seu cabelo e a outra passei por debaixo do seu braço e posicionei sobre as suas costas e devo observar que costas!
Mexi em seus cachinhos, era o cabelo mais gostoso do mundo, o gemidinho que ele emitiu quando fiz isso me deu um frio na barriga, depois disso as sutilezas acabaram ele invadiu minha boca com sua língua velozmente. Não queria mais resistir e não iria.
Suas mãos me apertaram mais, ele me puxou para mais perto do seu corpo, me entreguei completamente, fui aprendendo com ele ali mesmo, há mudar o beijo de lado e a dar mordidinhas nos lábios. Ele era delicioso. Isso foi muito melhor que o beijo no bosque, já estava ficando sem fôlego. Paramos de nos beijar, mas continuamos com os corpos colados, ele colou sua testa na minha, estava ofegante, senti seu peito subir e descer, minhas mãos estavam em suas costas tive a impressão boba que isso o impediria de sair dali, não sabia o que dizer qualquer palavra errada e perderia esse momento. Gabe era complicado, mas queria só mais uns minutinhos dessa complicação.

- Sua boca me enlouquece. Já te disse isso? – Sua respiração ainda não estava normal. Apenas sorri, ergui meus olhos e os fixei no dele. – Seus olhos são lindos, adoro esse tom de verde.

- Achei que eu fosse doce e frágil, não muito bonita. – Ele se afastou de mim, o senti distante. Droga! Comentário errado na hora errada. Resolvi desconversar. – Como você sabia que eu estava aqui?

- Sinto sua presença. – Essa pode ter sido a maior besteira que já ouvi, mas foi a mais linda de todas, minhas pernas estavam bambas.

- O que é tudo isso afinal Gabe? – Ele não disse nada, apenas me beijou novamente, ele veio para cima de mim com tanta força que batemos no armário, com certeza as pessoas do lado de fora ouviram isso. Foi um beijo breve, era uma despedida, tive certeza disso. Assim que terminamos o beijo ele ficou lá apenas me olhando, fazendo carinho no meu rosto. – O que sou para você Gabe? – Ele se aproximou do meu ouvido, beijou meu pescoço e disse “Tudo” ele me deixou lá, pasma, sozinha, sem entender nada, pelo menos dessa vez não apaguei.

Caminhei para fora do vestiário passei pela recepção, Gabe estava apoiado no balcão.

- Então o que achou da aula? – Perguntou à recepcionista.

- Produtiva. Agora sei bloquear beijos indesejados. – Ela fez uma cara de espanto, olhou para Gabe que estava sorrindo e atendeu ao telefone que tocou.

- Academia Cour. Boa Tarde. – Fiquei esperando tinha de devolver o Kimono. Gabe não me olhou. – Sim, ele está bem aqui, só um momento. Senhor De La Cour sua namorada na linha três. – Nossa aquilo foi uma facada no meu peito, a monga da Samara estava ligando, de repente me dei conta, Gabe tinha o mesmo sobrenome da academia.

Ele foi atender a ligação em outro telefone próximo dali, entreguei o Kimono queria sumir, mas não pude deixar de ouvir o que dizia.

- Oi Samy. – Samy? Fala serio! – Não, estava dando aula. Hoje não vai dar, tenho outros planos, a gente se vê amanha, beijos. – Por um lado fiquei terrivelmente triste ela fazia parte da vida dele e eu não, mas vê-lo dispensar uma das Glitter mesmo que por um dia, não tem preço.

Entreguei tudo o que faltava a recepcionista, me despedi e fui saindo. Dei alguns passos tentando controlar as lagrimas, depois daquele beijo, ele ter atendido a ruiva como se nada tivesse acontecido, doeu e muito. Já tinha andado umas duas quadras, quando alguém puxou meu braço. Era ele e para minha vergonha total eu estava chorando e não tinha como esconder.

- Posso te fazer companhia?

- Não. Estou bem. – Ele enxugou minhas lagrimas, mas não comentou sobre elas.

- Vem vamos ao mercado.

- Fazer o que?

- Compras. Vou cozinhar para você hoje. – Ele saiu me puxando em direção ao mercado, não respondi nada, estava feliz.

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