quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 39

Aquilo não podia ser nada bom, a cara do meu pai não era das melhores, não dava para tudo ficar bem por mais de cinco minutos?!

- Qual dos dois, vai me explicar, porque o medico acha que estou espancando a minha filha? – Droga, os chutes e socos de Michael e agora?!

- A Jasmim está treinando artes marciais Senhor. – Gabe graças a Deus, foi rápido ao pensar nisso.

- Artes marciais? Desde quando autorizei isso?

- Desde quando você se importa? – Perguntei, estava de saco cheio dele, ali parado tentando desesperadamente bancar o pai que nunca foi.

- O que mais você faz pelas minhas costas Jasmim?

- Nada! – Berrei, ele estava me tirando do serio e agora vinha insinuar que eu aprontava por aí, era demais para um dia só.

- Não quero mais saber de você em aula nenhuma. Alias não me lembro de pagar por essas aulas. – Agora ele queria mandar em mim?! Depois de tantos anos, sendo indiferente. – Que tipo de lugar é esse que faz com que as alunas, saiam da aula, roxas?

- Senhor, a Jasmim, está em um nível avançado de luta e acho que pegamos pesado demais.

- Pegamos? Você faz aula com esse garoto Jasmim? – Não sabia o que dizer agora, como explicar que um adolescente de 133 anos tinha uma academia?!

- A academia é da minha família Senhor.

- Não quero mais você perto da minha filha. – Não deu mais para ouvir aquela baboseira.

- Quem você acha que é para decidir quem fica perto de mim? Meu pai? Não. Você é o cara que me banca, pai é aquele que está sempre presente, que te dá amor, carinho, que se preocupa. Você não é... – Ia dizer nada, mas não consegui dizer isso, Não estava berrando, falei tudo em tom normal. – Gabe é uma das melhores coisas da minha vida, não vou ficar longe dele.

- Meu Deus. – Não sabia dizer se ele estava com raiva, indignado ou com raiva. – Você parecia sua mãe falando agora.

- Não sou a minha mãe e está na hora de você aceitar esse fato. – Gabe não saiu do meu lado, nem ao menos se moveu.

Meu pai estava branco, não sabia o que estava passando pela sua cabeça, mas sabia o que passava pela minha, estava na hora da minha relação com meu pai mudar.

- Vou descer tomar um café. – Não sei se ele disse isso para mim ou para si mesmo, quando pisquei ele já estava saindo do quarto.

- Ciça ficaria orgulhosa. – Disse Gabe.

- Que mania é essa de chamar minha mãe de Ciça?

- Acho que era como ela gostava, em todas as coisas dela havia gravado o nome Ciça. – Achei gentil de sua parte se importar com esse detalhe.

- Gabe me conte como vocês me acharam. – Em algum momento teríamos que falar disso, então que fosse logo.

- Bom, indo para onde Alan falou, mas na metade do caminho Danny começou a falar sobre o dia que foi a sua casa e que você tinha visto Michael. – Por isso Daniel me disse aquele dia que esperava não saber quem era, ele sabia que era Michael e que isso não era bom. – De alguma maneira eu soube que ele não queria a Ana, ele queria você, desde o começo. Fiz todos voltarem, era o plano perfeito, ele sabia que deixaríamos você sozinha para ir atrás da Ana.

- Sim, mas não estávamos na casa, como nos acharam?

- Já disse que sinto sua presença. Entramos na casa e a coisas estavam reviradas. Não sei explicar, simplesmente sabia onde você estava.

- Como matei o Michael?

- Não sei.

- Virei uma caçadora? É isso o que sou? É Possível?

- Não. – Queria acreditar naquilo. – Os caçadores são exclusivamente homens e mesmo assim, só conseguem matar um sugador depois dos 18 anos, você só tem 16.

- Então como eu... O matei?

- Não sabemos, nunca vimos nada parecido. Luke está tentando entrar em contato com outros, para ver se alguém sabe de alguma coisa. Não existem livros para se pesquisar sobre nós.

- Outros?

- Sim, existem milhares como nós espalhados pelo mundo e para cada sugador, nasce quatro caçadores.

- Porque eles caçam vocês afinal?

- Não sei lhe dizer o por que. Cadeia alimentar, proteção da humanidade, instinto.

- Tem tanta coisa que quero te perguntar...

- Talvez porque eu seja irresistível.

- Ham? – O que aquilo tinha a ver com a conversa?! Não que fosse mentira.

- Talvez eles me cacem, porque sou irresistível.

- Claro Gabe, isso faz todo o sentido. – Ficamos dois segundos sérios e então começamos a rir, ainda éramos capazes de entrar um fio de felicidade em meio a tanto caos.

- Rapaz, não sei se gosto de você, mas... No momento que vi a Jasmim sorrir... Não a vejo sorrir assim desde... Nunca a vi sorrir assim. – Agora eu sabia de quem tinha puxado a mania de não terminar frases quando estava nervosa. Meu pai estava parado na porta do quarto, olhando para nós.

- Pai. – Que vergonha, tinha ficado da cor de um tomate maduro. – Ligou para a casa da Ana? – Tentei desconversar, daquilo e de todo o resto.

- Liguei, estão nos esperando para jantar, amanha. Encontrei seu medico no corredor e ele vai lhe dar alta, pela manhã. Vai tomar alguns remédios, mas vai ficar boa. Passaremos a receber visitas de uma psicóloga, para ver se você não sofre maus tratos – Droga, isso não ia ser divertido. – Na verdade você terá seções com a psicóloga em casa. - Lancei um olhar para Gabe. – Se acalme o príncipe encantado aí vai junto, no jantar amanha e tudo bem vocês namorarem. – Vi Gabe sorrir para o meu pai e tenho que admitir gostava muito mais dessa cena, do que daquela que presenciei em casa.

- Vou deixá-la descansar, amanha cedo, estarei aqui para te levar para casa. – Meu pai não ia gostar disso.

- Você não dirige não é mesmo rapaz? – Sabia que ele não ia gostar.

- Não Senhor, meu tio vem me trazer. Luke.

- Ah sim, claro. – Nossa sorte era que Gabe sempre tinha uma resposta para tudo.

- Até amanha. – Ele se inclinou e me deu um selinho, bem de leve, mas o fato de ter sido na frente do meu pai, foi o suficiente para meu sangue circular somente em minhas bochechas.

- Boa noite. – Era a primeira vez que dizia isso a ele, realmente agora me sentia namorando.

Meu pai, dormiu em uma poltrona, pouco confortável que havia no quarto, com tantos remédios achei que fosse apagar a noite inteira, merecia uma noite de sono tranqüila, mas não foi isso o que aconteceu. Aquele maldito pesadelo de novo.
Está chovendo, acordo no meio da noite, sinto que há algo errado, desço as escadas descalço e correndo, saio na rua, um carro está parado lá, bem no meio, com todas as portas abertas, me encharco inteira, mas não ligo. Corro até o carro, minha mãe está estirada lá, tem sangue por toda parte. Ela apenas diz, “Cuide da minha filha” olho em volta não há criança alguma.
Digo a ela que “Não consigo encontrar sua filha”. De repente ela vira um homem todo de preto que agarra meu pulso e diz “Te Achei”. Gabe me tira do carro e me manda correr, olho para trás, meu pai está segurando um bebe no colo, enquanto a chuva cai sobre os dois ele chora, tento voltar até ele, mas Gabe não deixa. Acordo.

- Jasmim? – Meu pai perguntou, com cara de assustado. – Achei que esse pesadelo tinha acabado. – Minha vontade era dizer, que há muitas coisas que ele não sabia que aconteciam comigo, mas isso geraria muitas perguntas, achei melhor não dizer nada. – Quem sabe a psicóloga consegue resolver isso.

- É quem sabe. – Quem sabe ela descobre o que sou, uma cura para Gabe, como livrar meu namorado de caçadores, essa mulher ia ter que ser muito boa.

- Tente dormir de novo. – Acenti com a cabeça, foi o que fiz, fechei meus olhos e não tive mais sonhos.

Acordei, com Gabe e meu pai falando no quarto, abri os olhos e Luke me olhava, não gostei muito da sua expressão.

- Então esse é seu tio?

- Sim Senhor.

- Prazer sou Luke. Lucas. – Ele apertou a mão do meu pai.

- Prazer. Gabriel me disse que não seria incômodo levar a Jasmim até me casa, mas...

- Não é mesmo, foi para isso que viemos. – Disse Luke.

Nos arrumamos e fomos todos no carro de Luke, que era bem menos chamativo que o de Gabe, cheguei em casa e me joguei na cama, estava meio grogue.
Meu pai ficou pela sala e Gabe ficou na cadeira do meu computador velando pelo meu sono.

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