terça-feira, 24 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 29

Fui para o meu quarto e ele ficou na sala, deixei um travesseiro e uma coberta para ele, não podia acreditar que isso estava acontecendo, estava com uma crise de coragem repentina e ele havia dado para trás? Logo o Gabe? Não consegui dormir a qualquer ruído ficava imaginando se era o tal de Michael e se ele me atacaria de novo.
Gabe entrou no meu quarto, vestindo apenas sua box preta, realmente assim ficava difícil. Ele estava com o Salem no colo.

- Com medo? – Fiz que sim com a cabeça e ele se enfiou debaixo das cobertas comigo. Deitei em seu peito e coloquei minhas pernas em cima das dele. Salem se aninhou aos nossos pés.

- Jasmim... Esse seu pijaminha é altamente sensual.

- É Gabe talvez hoje, eu não seja alguém com as melhores intenções do mundo.

- Não costumo fugir de pessoas mal intencionadas, mas hoje vou te pedir que pare de me seduzir. - Ok aquilo era um balde de água fria, na verdade quase uma caixa d’água inteira.

- Gabe?

- Hum?

- O que estou sentindo? – Ele respirou profundamente.

- Paz. – Sorri, era isso mesmo.

- Sabia, sabia que era isso.

- Isso?

- O que você faz. – Tinha certeza que naquelas semanas, ele sempre sabia o que eu estava sentindo.

- E o que você acha que faço?

- Você sabe o que as pessoas sentem. Quando seus olhos estão brancos, você... Você... Não sei explicar, mais você tirou alguma coisa de mim.

- Bem próximo da realidade, mas não posso...

- Eu sei. - Ele me olhou assustado. – Tudo bem Gabe, sei que você ira me contar assim que isso for possível.

- Não te entendo. Você não fala em outra coisa desde que te conheço e agora, banca a compreensiva?

- É, sou complicada. – Rimos em uníssono.

- Você ainda vai me deixar louco. O que você me diz de todos aqueles meninos atrás de você? Você saiu com eles quase todos os dias.

- Estamos empatados. A ceninha da Samara te dando docinho na boca, na festa da Ariel ainda me da pesadelos.

- É a Samara...

- Você não vai terminar com ela? – Ele apenas fechou os olhos, na tentativa de reprimir algo. – Gabe por que diabos você está com ela?

- Porque preciso Jasmim. Ainda preciso dela. – Me soltei de seus braços e ia levantar da cama louca da vida, seus segredos e grosserias eu podia suportar, mas o fato dele ter namorada era demais para mim. – Jasmim, não é isso que você está pensando, não gosto dela.

- Finge muito bem.

- Sou bom em mentir.

- E quem me garante que você não está mentindo agora?

- Não estou, deite aqui comigo. – Sentei na cama de volta.

- Queria saber o que você sente.

- Me pergunte e eu te conto. – Dei uma risada sem graça.

- Gabe o que sou pra você?

- Já disse, você é tudo, lhe disse isso lá na academia. – É eu me lembrava, só não conseguia acreditar plenamente naquilo ainda.

- O que você sente por mim? – Estava com medo, ansiosa, porque o Gabe nunca era previsível, assim como as suas respostas.

- Exatamente o mesmo que você sente por mim. – Sorri. – Infelizmente.

- Porque infelizmente? – Agora estava triste.

- Porque não sou normal Jasmim, cedo ou tarde vou perdê-la e isso vai acabar comigo.

- Como assim cedo ou tarde? Você é imortal ou algo do tipo? Não posso ser igual a você?

- Meu Deus Jasmim, o que você anda lendo? Não sou nenhum vampiro, lobisomem ou anjo caído. Não, eu não brilho no sol.

- O que tem de errado? Gosto dessas historias.

- Não sou uma historia, sou real. Posso morrer e tenho sangue correndo nas veias. Só tenho algum tipo de auto imunidade que não me deixa ficar doente e... Também envelheço, muito devagar.

- Como assim devagar? Nada de rugas ou... Gabe quantos anos você tem de verdade?

- Hummm, essa pergunta é tão indelicada Jasmim. – Cínico, estava brincando comigo, Deus ele tinha que estar brincando. - Tecnicamente você está na cama com um coroa.

- Quantos anos Gabe?

- Não sei ao certo, tenho tantos documentos que... – Ele estava enrolando.

- Gabe?

- Aproximadamente 133 anos.

- Oh meu Deus.

- Mas já estou na aparência física de 19.

- 19? Por isso você dirige e é mais serio que os outros... Oh céus 133 anos, como isso é possível... – Ele estava rindo. – Qual é a graça?

- Nada, você está meio pálida, só isso.

- Você disse que pode morrer...

- Sim posso, mas só de um jeito. – Acho que sabia como. – Só posso ser morto por um caçador, acidentes não me causam nada, na verdade causam, mas temos um jeito muito bom para nos curarmos. – Lembrei da recepcionista do motel.

- Eu vou morrer e você não?

- Sim. – Gabe tinha razão, cedo ou tarde, acabaríamos separados.

- Porque sempre fala nós, no plural?

- Porque existem vários iguais a mim.

- Danny?

- Também.

- Sabia. Ele também é velho?

- Jasmim isso pareceu uma ofensa. – Jesus nada derrubava esse cinismo dele. – Provável, mas cada um de nós envelhece no seu tempo, não é igual para todos. – Havia borboletas em meu estomago, minha cabeça girava, só queria beijá-lo, queria ficar ali para sempre.

- Me beija? – Não precisei pedir e novo. Ele veio para cima de mim com um beijo daqueles arrebatadores. Seu corpo quase nu colado ao meu estava me deixando extremamente quente.

- Jasmim. - Ele disse ainda com a boca colada a minha – Eu não vou parar.

- Não quero que você pare.

- Jasmim, depois vai ser tarde demais... - Ele dizia beijando meu pescoço.

- Quero você Gabe.

Ele me olhou nos olhos e me beijou de novo, fiquei sem fôlego, ele subiu em cima de mim, entre as minhas pernas e segurou meus braços acima da minha cabeça, cada minúscula célula do meu corpo desejava ele.

- Jasmim, vou perder o controle...

- Espero que você perca mesmo.

- Não – Ele dizia enquanto deitava novamente ao meu lado. – Hoje você vai ficar só na vontade.

- O que? – De novo não.

- Vai ter que esperar mais um pouco. – Me dei conta que a virgem na historia era eu, afinal ele já teve 133 anos de treinos, tentei me acalmar e não argumentar. Não deu para me acalmar se ele tivesse uma mulher por ano, ele teria no mínimo umas 100, Imaginei isso, fiquei com ciúme, muito ciúme.

Salem decidiu se juntar a nós miando e se esfregando nas cobertas, Gabe fez carinho em sua cabeça.

- O que seu pai achou dele?

- Não achou nada, ainda não viu.

- Como assim?

- Ele ainda não veio para casa desde quando estava no hospital, acho que faz quase um mês.

- Ele fica tanto tempo assim, sem vir para casa?

- Às vezes, mas fazia tempo que não. Geralmente ele vem pelo menos uma vez por semana.

- Ele ligou?

- Não. Que interesse é esse no meu pai?

- Nada. – Sabia que não era nada. – Só não consigo entender como ele pode fazer isso com você. – Algo me dizia que não era só isso.

Acabamos dormindo, quando acordei, ele não estava na cama, o engraçado é que não fiquei surpresa com isso.
Desci as escadas e o cheiro de comida estava maravilhoso, ele havia feito um omelete com queijo, que estava dentro do microondas com um bilhete colado do lado de fora.


Espero que você saiba usar o microondas! (tem que fechar a porta, antes de ligar)
Com amor,
G.


Muito engraçadinho, devorei tudo, estava uma delicia, era meu aniversario e nunca na vida havia ganhado café da manha. Me arrumei para o colégio e me preparei psicologicamente para ver Gabe e a Samara juntos.

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