terça-feira, 24 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 28

Se minha vida antes era vazia, agora ela estava um nada completo, as lembranças daquele dia ainda me assombravam, passaram-se semanas e eu ainda me sentia triste.
Gabe nem olhava mais na minha cara, algumas vezes o Danny veio conversar comigo a respeito, mais o cortava. Daniel era a mesma coisa que Gabe, tinha certeza disso o pior, era ele ser o namoradinho da minha amiga, o que ela havia me contado sobre a praia, me fazia acreditar que ele havia se alimentado dela também. Era muito estranho ela não se lembrar de nada, não sentir dores, afinal eu lembrava e sentia como se meu corpo estivesse sendo esmagado. Já tinha pesquisado no Google todo o tipo de palavra relacionada a olhos brancos, dores no corpo e nada de resultados satisfatórios.
Gabe não queria me contar o que ele era e não me queria na sua vida e essa ultima parte é que doía.
Minha popularidade na escola estava alta agora, graças a influencia de Teddy, ele me apresentou a todos e sempre me incluía nas conversas e nos passeios, agora eu sempre saia com o pessoal. Nunca tive tantas pessoas a minha volta e nunca me senti tão só.
Fui ao cinema com o Teddy algumas vezes e conseguia me sair muito bem ao cortar cada uma das suas investidas. O Rafa também continuava a dar em cima de mim nas horas vagas, porque agora ele estava pegando uma das Glitter, que por sinal era uma mula, ele a levava nos lugares aonde íamos com o pessoal da turma e dava em cima de mim na cara dela, a Silvia nunca disse nada, mas nas ultimas vezes pude perceber uma onda de ódio vindo dela, muito em breve ela explodiria em purpurina.
Repugnantemente isso me deixava feliz, por breves momentos, ver as pessoas sofrendo era a única coisa que aliviava minha dor.
Gabe e a Samara nunca saiam com a gente, muito menos o Danny e a Ana, estava me afastando da minha melhor amiga, estava me afastando de quem eu era.
Minha melhor amiga estava namorando, com um cara terrivelmente gato e incrivelmente apaixonado por ela, mas não estava totalmente feliz com esse relacionamento, Danny era algum tipo de “ser” e A Ana parecia desconhecer esse fato, talvez fosse melhor ela não saber, eu mesma mal conseguia conviver com aquilo tudo.
Com ela namorando fui ficando cada vez mais sozinha, cada vez mais andava com pessoas que não gostava isso porque andar com a “turma” fazia parte do plano Nova Jasmim.
Nessas semanas foram raras as vezes que vi Gabe me olhando, muitas foram as vezes que me peguei pensando nele, maior ainda foram as vezes que me arrependi de ter ido na casa da Glitter, estava ficando louca com aquilo, me arrependia até o ultimo fio de cabelo.
Mal o conhecia, ele mal fez parte da minha vida, mas no lugar dele havia um buraco enorme que estava me sugando e eu não conseguia reagir, a Ana não percebeu nada de anormal em mim, sua vida estava focada em outra pessoa agora e eu estava focada em não deixá-la perceber, mas uma pessoa sabia como me sentia, ele sabia o que eu estava sentindo, porque de alguma maneira, muito louca, tinha certeza absoluta disso.
A Ariel continuava suspirando pelo Danny, mas agora a Ana tentava se conter, ela até havia dado um passa fora na Ariel, quando ela veio contando que o Danny tinha ligado, para cancelar o trabalho na casa dele e que ele tinha sido todo carinhoso, a Ana virou as costas e deixou a menina literalmente falando sozinha.
Varias e varias vezes senti que alguém me seguia, isso estava piorando, aquele lunático que me atacou na chácara no dia da festa da pequena sereia, estava me cercando e ficar em casa sozinha já não me parecia uma idéia muito boa.
Umas três semanas após aquele dia que fui expulsa, estava em casa sozinha arrumando as coisas de sempre, resolvi tomar um banho já estava escurecendo, lavei meu cabelos, sai do banho e fui terminar os meus deveres, liguei o computador, entrei no Msn, A Ana não estava on-line, não havia com quem conversar, minha lista de contatos agora pipocava de gente, mas não falava com ninguém, apenas mantinha as aparências no colégio.
Estava entrando um ventinho frio pela janela do quarto, então resolvi fechá-la, quase enfartei ao olhar pelo vidro, do lado de fora da minha casa, estava àquele cara novamente, mas seus olhos estavam normais, não dava para ver a cor, mas estavam normais.
O pânico começou a me percorrer, graças a Deus sempre trancava bem a casa antes de ir para o meu quarto, corri para o telefone, mas ligar para quem?! “Disque-eu-sou-doida-venha-me-levar-para-o-hospicio”?! Não seria uma boa idéia ligar para alguém, fui para o msn, não sabia ao certo quem procurava ali, ou talvez soubesse.
Gabe estava online, o desbloqueei no msn, tive muito medo de ele me ignorar, o chamei no msn.

;* Jasmim: Gabe. – Nada. Ele não respondeu. - Gabe, fale comigo. – Dois minutos e nada, nenhuma resposta. Fui para a janela o cara estava rondando a casa, provavelmente arrumando um modo de entrar, estava gelada. - Gabe, ele ta aqui! – Ele entenderia o que isso queria dizer.

+Gabe+: Jasmim, onde você está? – Desgraçado, estava só me ignorando.

;* Jasmim: - Em casa, ele ta lá fora. – Enviei a mensagem, engoli meu orgulho e resolvi escrever. – Vc poderia vir aqui em... – Enquanto digitava, ele enviou sua resposta.

+Gabe+: - Não saia daí. Chego em 15 min. – O momento era trágico, mas sorri, foi inevitável.

Contei os minutos, eles demoraram a passar, ouvi um ruído no meu quarto, dei um grito, mas era Salem.
Gabe chegou antes do que havia prometido, fiquei na janela vigiando, ele estava com seu eclipse todo reformado, nem parecia que havíamos feito um carro capotar com ele, o cara correu assim que o avistou, meu coração parecia que ia explodir, quando vi Gabe ir atrás dele.
Desci as escadas correndo, nenhum dos dois estava mais lá, estava morta de medo e se Gabe se machucasse? E se ele fosse morto? Aqueles minutos não acabavam.
Alguém bateu a porta, congelei, bateram novamente com mais força, olhei pelo olho mágico, era Gabe. Abri a porta com pressa, minhas mãos e pernas tremiam, o olhei, ele devolveu o olhar, mas não disse nada, simplesmente ficou lá parado na porta da minha casa.

- Gabe? – Ele não respondeu nada, me ocorreu que ele poderia estar ferido. – Gabe? – Ele apenas abaixou a cabeça, isso era demais para mim, me joguei em seus braços, ele passou os seus braços em volta da minha cintura. Me senti completa, em paz, pela primeira vez em semanas, mesmo depois de tudo o que ele me disse. – Você está ferido? – Ele não me respondia, não ia agüentar esse silencio, segurei seu rosto entre as minhas mãos e comecei a beijá-lo. Não me pergunte de onde veio esse ímpeto. Beijei todo o seu rosto.

- Gabe, ele machucou você? O que aconteceu? Você está bem? – Beijava todas as partes do seu rosto enquanto perguntava, ele não emitiu nenhum som, apenas me apertou mais em seus braços. – Meu amor fala comigo! – Implorei, um pouco tarde demais percebi o que havia dito.

- Do que você me chamou? – Oh meu Deus. Fiquei vermelha, não sabia o que dizer. Optei pela verdade, não ia adiantar mentir agora, ele sabia o que eu estava sentindo, tinha certeza que sabia.

- Te chamei de meu amor. – Ele não me deixou dizer mais nada, apenas me beijou, foi o nosso melhor beijo até aquele dia.

Ele me apoiou na parede e se virou para trancar a porta, voltou tão rápido que mal me deu tempo para tomar fôlego, nos beijamos, assim que terminamos o beijo ele resolveu falar.

- Minha flor. – Abri um sorriso enorme, estava até boba de tão feliz.

- Gabe... – Ele me interrompeu.

- Você faz idéia do inferno que vivi essas semanas? – Ele passava as mãos pelo meu cabelo, fazia carinho no meu rosto, fechei meus olhos, esse era o melhor toque do mundo.

- Eu... – Ele não me deixava falar.

- Você faz idéia do quanto senti sua falta? – Me agarrei a sua camisa, minha vontade era chorar, rir, estava confusa.

- E você? – Ele me olhou assustado. – Faz idéia do quanto senti a sua falta? – Ele sorriu, nesse momento percebi, daria a minha vida para vê-lo sorrir.

- A coisa mais difícil que já fiz na vida, foi falar tudo aquilo para você... Mas você é tão teimosa, precisava te tirar de lá, ele não podia fazer a ligação entre nós dois, já estava com suas fotos... – Presumi que ele, fosse o pai da Glitter. – Mas você é tão teimosa, não iria embora, ele não podia te ver.

- Você não falou serio?

- Claro que não Jasmim. Jamais te culparia, pela morte da sua mãe, mas sabia que iria te afetar e assim você sairia de lá. Sua mãe te amava mais que tudo.

- Ah Gabe, essas semanas, fiquei tão...

- Eu senti.

- Tinha certeza que você sabia o que eu estava sentindo.

- Você me chamou de meu amor. – Ele disse com um acara de bobo que me deixou toda derretida.

- Só te chamei assim porque achei que você estivesse ferido. – Ele ficou serio.

- Você me chamou assim porque eu sou o cara. – Cara de pau. - Achei que tinha chegado tarde demais, se isso acontecesse se perdesse você... Eu não... – Não o deixei terminar com aquela tortura.

- Estou aqui Gabe. Estou bem. – Disse me aproximando de sua boca. – Estou aqui e estou louca para te beijar. – Estava ficando assustada comigo mesma.

- Sinta-se a vontade. – Ele fez sua melhor cara de cínico.

Nos beijamos por varias horas, ainda estávamos de pé, minhas pernas doíam, minhas costas também, se valia a pena? Com toda certeza!

- Gabe preciso sentar. – Disse por fim, me jogando ao sofá, sabia que esse momento não iria durar para sempre, logo teríamos de enfrentar a nossa realidade, mas não agora. – Você não vai embora, vai? – Ele se sentou ao meu lado. Meu Deus como ele era lindo.

- Só se você quiser. – Meu coração dava pulos de alegria.

- Ótimo! Porque não quero.

- Posso dormir na sala. Michael pode resolver voltar.

- Bom tinha pensando de dormimos juntos na cama do meu pai. – Falei já ficando vermelha, mas era isso que eu queria, estava pronta.

- Jasmim... – Ele passava a mão em seus cabelos, sabia que ele só fazia isso quando estava nervoso. – Jasmim, não é uma boa idéia. Nós dois em uma cama de casal, a noite toda. – Ele mordeu o lábio inferior, enquanto fechava os olhos, aquilo me deixou doida.

- Porque não? Eu quero!

- Jasmim, você só tem 15 anos não acho que...

- Tecnicamente tenho 16 após a meia noite de hoje.

- Amanha é seu aniversario?

- Sim. – Sempre odiei meus aniversários, pelo simples fato de que meu pai, nunca se lembrava deles, talvez lembra-se, mas também era o dia em que minha mãe morreu.

- Jasmim não acho que seja uma boa idéia, daqui alguns anos você vai olha para trás e ver que... – Subi em seu colo, ficando com uma perna de cada lado do seu corpo, o abracei, ele gemeu em meu ouvido.

- Daqui alguns anos vou olhar para trás e ver que a primeira vez que fiz amor, foi com um cara incrivelmente lindo e que eu era completamente doida por ele. – Ele me beijou, colocando as mãos em meu quadril e me apertando forte, me levando ao delírio total, afinal eu era uma adolescente cheia de hormônios. Ele parou de me beijar, me deitou no sofá e subiu por cima de mim. Aquele era o momento perfeito.

- Não hoje. Não assim. – Não acreditei quando ele se levantou e ficou em pé ao meu lado, olhei para ele atônita.

- Serio? – Ele apenas confirmou com a cabeça. Tive que me conformar.

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