quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 18

- Quer dizer então que seu primeiro beijo foi comigo? – Oh eu queria sumir. Não melhor, queria subir na cama e sufocar a Ana Paula. Senti minhas bochechas esquentarem.

- Foi. - Não deu para responder mais nada, me aninhei em seu peito, tentando me esconder. Ele estava rindo.

- Qual é a graça?

- Nada. – Ele não conseguia parar de rir. – Você fica linda com vergonha.

- Gabe? – Não queria tocar no assunto, mas precisava estar preparada no dia seguinte.

- Hum? – Ele estava de olhos fechados.

- Você vai estar com a Samara no colégio né?

- Sim. – Apertei mais ele contra mim, não queria deixar esse momento acabar.

- Vi o Rafael te beijar e... – Sabia que ele tinha visto, quase deslocou o ombro do menino na hora, só não sabia que ele iria comentar.

- Tecnicamente não foi um beijo. Foi um selinho.

- Você é minha. – Queria responder, mas meus olhos pesavam e sua voz estava muito longe, estava caindo no sono.

Claro que meu pesadelo de sempre não poderia faltar.
Está chovendo, acordo no meio da noite, sinto que há algo errado, desço as escadas descalço e correndo, saio na rua, um carro está parado lá, bem no meio, com todas as portas abertas, me encharco inteira, mas não ligo. Corro até o carro, uma mulher está estirada lá, tem sangue por toda parte. Ela apenas diz, “Cuide do meu bebê” olho em volta não há criança alguma.
Digo a ela que “Não consigo encontrar seu filho”. De repente ela vira o cara que me atacou na festa, começo a berrar, tento me soltar dele, mas ele é mais forte. Ele me diz “Você não pode escapar de mim”.
Acordei com Gabe, segurando meus braços, me dizendo que era só um sonho, mas aquilo não era só um sonho, a anos tinha aquele pesadelo, começava a achar que era meu subconsciente me mandando uma mensagem.
O pesadelo se repetiu a noite toda, em uma das vezes, sonhei que Gabe vinha e me tirava daquele maldito carro e corríamos pela chuva, mas acordei nessa parte.
Gabe foi embora logo que o sol nasceu, a Ana estava sorrindo dormindo, deitada no peito do Danny. Gabe me colocou na cama e me beijou.

- Não se preocupe. Já passou. – Assenti com a cabeça e os vi saltando pela janela, acabei adormecendo.

Acordamos já era meio dia, com a mãe da Ana batendo na porta, a Ana acordou e abriu a porta.

- Bom dia meninas, já está quase pronto o almoço, fiz aquela macarronada italiana que você gosta Jasmim, imagino que deva estar com fome depois de comer coisas estragadas na festa.

- Obrigada tia Su.

- Já descemos mãe. – A Ana dizia enquanto se espreguiçava e tia Su fechava a porta de seu quarto.

- Bom dia – Disse

- Bom dia. – Ela respondeu. - Vamos comer e vamos para sua casa, temos muita coisa para esclarecer hoje mocinha.

Nos arrumamos e descemos, o cheiro da comidinha caseira da mãe da Ana estava perfeito, aquilo era muito bom, uma família. Estava o tio Roberto pai da Ana e a Luisa sua Irmã, até o pequeno e fofo, Doddy estava lá rondando a mesa, era um lindo poodle preto.
A família da Ana me recebia muito bem e eu realmente me sentia em casa, muitas vezes tia Su cuidou de mim, quando fiquei doente ou cozinhava algo diferente para eu comer, era a mãe que queria ter.
Após o almoço ajeitamos a louça (coisa que a Ana só cuidava nos finais de semana, pois ela tinha uma diarista) e fomos para minha casa. Ela subiu para meu quarto e se jogou na cadeira do computador, me sentei na cama já esperando pelo interrogatório.

- Ok Jasmim Acaiah. Não me esconda mais nada, você nunca fez isso, estou decepcionada com você. Se não me disser o que esta acontecendo, vou dar um jeito de descobrir.

Já estava realmente de saco cheio de esconder tudo àquilo dela, nem sabia por onde começar, nem sabia o que contar.

- Está bem. Vou tentar resumir ao maximo. Fui um dia no bosque e perdi a hora lendo, sai de lá era noite, ouvi alguém atrás de mim. – Claro que pouparia o Gabe. Não contaria que ele talvez fosse um dos olhos brancos. – Gabe me tirou de lá e me beijou, depois fingiu que nada tinha acontecido no colégio.

- Oh que lindo para um primeiro beijo amiga.

- É mais ou menos. Nesse dia tinha alguma coisa ou alguém me perseguindo. – Essa parte não era bem verdade, porque o alguém era o Gabe. - Depois disso teve aquela cena no shopping, ai O Danny foi à minha casa.

- O Danny? Como assim?

- É ele pediu que me afastasse do Gabe e vi pela janela da cozinha um par de olhos brancos me olhando. Foi horrível.

- Olhos brancos?

- Me deixe terminar, por favor, Ana. – Ela somente assentiu com a cabeça. – No final de semana ele me agarrou no vestiário da academia. Foi coisa de louco amiga. – Ela riu. - Depois brigamos um pouco e ele resolveu me fazer panquecas, veio para a minha casa cozinhou para mim e agiu como se fossemos namorados, ai ele me pegou no quarto de toalha saindo do banho...

- Meu Deus Acaiah! Seu primeiro beijo foi com ele e...

- Não. Não. – Interrompi antes que ela acabasse a frase. - Ainda sou virgem, mas senti que aquilo foi um quase, depois que sai do quarto ele sumiu, tinha ido embora e na semana de provas estava me tratando como se nada tivesse acontecido. Me agarrou de novo aquele dia nas escadas, o dia da boca vermelha e me ignorou depois. Fui à academia para brigar com ele e realmente foi o que aconteceu. Discutimos e ele disse que não poderia terminar com a Samara e falei que assim não queria. Na festa ele teve um ataque de ciúmes e depois nos encontramos lá nas arvores e foi perfeito. Ai brigamos de novo por causa da Samara e beijei o Rafa, quer dizer ele me deu um selinho. Na hora de ir embora, quando subia para o estacionamento percebi que havia alguém vinha trás de mim, vi os olhos brancos, quase morri de tanto medo, sentia que aquilo ia sei lá me engolir viva, mas ai ele se distraiu e fugi. Acho que isso é tudo amiga. – Estava sem fôlego.

- Ok... Mas que historia é essa de olhos brancos?

- Não sei se minha mente produziu isso, mas definitivamente algo está me perseguindo.

- Meu Deus amiga. Isso não é muito legal.

- Nem me fale.

- É tipo um ET? – Tive que rir.

- Não amiga... É uma pessoa normal de olhos brancos, fluorescentes. É muito estranho.

- A probabilidade de isso ser sua imaginação é mínima não é?

- Acho que sim.

- O Gabe e o Danny tem alguma coisa a ver com isso?

- Não sei Ana – Apesar de ter quase certeza que sim.

- Eles sabem?

- Acho que sabem. Acho que eles também viram, não sei. – Menti, Gabe também era “aquilo”.

- Olha amiga... Nem sei o que te dizer. Bom estou feliz, por mais estranho que o Danny seja, sei que ele tem seus mistérios, mas isso me atrai. Acho que com relação ao Gabe você é igual. Vocês combinam Acaiah e ele é muito Gato, parece muito superprotetor. Quando fui falar com ele na festa ele me falou “você pelo menos podia me ajudar a colocar algum juízo na cabeça da Jasmim”.

- Serio? Ele é quem precisa disso.

- Acaiah... Ele parecia triste, falou que ia precisar de mim para cuidar de você.

- Como se não soubesse me cuidar sozinha. – Fiquei irritada e nem sabia ao certo o motivo.

- Você sabe se cuidar Acaiah, mas não foi bem nesse sentido que ele se referia. Ele realmente parece gostar de você.

Fiquei deixando aquelas palavras ecoarem na minha cabeça por um tempo, a Ana levantou e foi embora, disse que precisava dormir mais, fiz o mesmo, afinal de contas meus domingos não costumavam ser lá muito movimentados.
Resolvi que as coisas precisavam ser diferentes, já estava na hora de mudar algo, o que Gabe havia me dito sobre a Samara ter metade do colégio atrás dela, mexeu muito comigo.
Nunca havia sido popular, sentia meu ego se remexendo dentro de mim, não era só o meu visual que precisava mudar, mas sim minhas atitudes. Precisava fazer uma nova Jasmim.
No dia seguinte fui ao colégio hiper arrumada, deixei o moletom em casa, só por garantia é difícil quebrar velhos hábitos.
Chegando lá, a Ana me esperava no portão, falou algo como “É isso ai Jasmim, pronta para arrasar” entramos juntas, ela me contava e ria de algo que o Danny havia feito, na festa, não consegui prestar muita atenção porque estava me preparando psicologicamente para ver o Gabe, quando chegamos à porta da sala a Ana simplesmente empacou.

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