quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 17

Coloquei minha cabeça entre os joelhos e fiquei me balançando para frente e para trás, aos berros, literalmente aos berros, nunca chorei tanto em minha vida, era uma sensação que não desejaria nem a Samara.
Me atrevi a olhar para fora, parecia que via aqueles olhos em todos os lugares, era como se aquele sujeito estivesse em todas as partes, ninguém no carro falava ou fazia nada, vomitei no chão bem próximo a porta.

- Por favor, isso tem que parar alguém faca isso parar! – Gritei.

- Acaiah. – A Ana estava chorando, triste por me ver nesse estado, tentei me controlar, mas estava em uma crise de pânico.

- Não. Não. Não. Não. – Meu corpo todo tremia, minha vontade era vomitar mais, me esconder em casa e não sair nunca mais.

- Jasmim. Calma. – Gabe me puxou para perto dele, estava segurando meus braços, tentei me soltar, não sabia o que estava fazendo, só queria fugir de tudo e de todos naquele momento. – Está tudo bem agora. Tudo vai ficar bem. Estou aqui agora. – Ele me puxou para se peito, me deixei levar, fiquei ali chorando. – Estou aqui agora. – Ele dizia enquanto limpava as minhas lagrimas e mexia em meu cabelo, como se me embalasse para dormir.

- Vamos embora Danny. Rápido. – Ele disse para o amigo.

Danny deu partida no carro e saiu a mil por hora dali, durante uns minutos ninguém disse nada.

- Alguém pode me explicar o que é isso tudo? – Perguntou a Ana.

- Agora não. – Danny respondeu.

- Danny ligue para casa. Precisam achar Michael, isso tem que parar. – Quem era Michael?! Casa?! O que a família dele ia fazer?

Daniel ligou e meio que explicou o que estava acontecendo a alguém, não estava entendendo nada e começava a me perguntar se realmente queria entender.
Ninguém disse mais nada sobre aquilo. Gabe ficava me dizendo “Estou aqui agora”. Depois de muito tempo parei de chorar e dormi em seus braços.
Acordei em frente à casa da Ana, o carro estava parado, Danny desceu e bateu a porta, me assustei meu coração estava acelerado de novo, meu peito estava dolorido.

- Amiga chegamos. – A Ana desceu quando o Danny abriu gentilmente a porta para ela, somente e Gabe e eu ficamos no carro.

- O que você viu Jasmim? – O tom da voz dele estava muito calmo, mas ao relembrar o que tinha acontecido voltei a chorar. – Me conta Jasmim.

- Achei que fosse morrer Gabe. – Disse em meio ao choro, ele beijou minha testa.

- Vou matá-lo por fazer isso a você. – Ele trincou os dentes. - Está a salvo agora. – Sua preocupação era visível.

- Não conseguia correr, nem gritar, só conseguia olhar para aqueles olhos. – Quando ele ouviu a ultima parte, deu um soco no banco da frente que estava vazio. – Queria que você estivesse lá. – Não sei por que disse aquilo.

- Queria ter estado lá. Você tem que me prometer que não vai andar sozinha. – O que ele estava me escondendo afinal?

- Gabe...

- Prometa Jasmim. Não ande sozinha, por favor.

- Tudo bem. – Ele não ia sossegar enquanto não prometesse. A Ana bateu na janela, tinha que descer, mas não queria, estava com medo à sensação não me abandonava, não queria deixá-lo.

- Está tudo bem. Não tem ninguém lá fora. – Acenti com a cabeça, ele desceu para que eu poder descer também, já que meu lado estava vomitado.

- Danny, sinto muito pelo carro. – Estava com muita vergonha, tinha sido patético, vomitar.

- Isso não foi nada. – Ele piscou e se virou para a Ana. – Boa noite meu anjo. – Deu um beijo nela.

Eles eram muito fofos juntos, ouvi um ruído e quase cai para trás, Gabe me segurou, me abraçou bem forte, fez com que me sentisse melhor.
A Ana começou a caminhar na direção da porta da sua casa e tinha que ir atrás, afinal ia dormir ali, mas não queria ficar sem o Gabe, me soltei relutante dos seus braços e entrei na casa. Eles partiram no carro, a mãe da Ana estava nos esperando na sala, com uma cara nada amigável.

- Ana Paula, você faz idéia de que horas são? Sabe quantas vezes liguei para o seu... – Ela parou no meio da frase. - Jesus Jasmim, parece que você foi atacada por lobos selvagens.

- Oi Tia Su. – Era assim que chamava a Sra. Suzana Werner desde pequenininha.

- Ana. – Ela fez aquele tom de voz como quem diz “Se explique mocinha”.

- Mãe a Acaiah comeu uma coxinha na festa e acho que estava estragada, ela passou mal, mas já está melhorando, vou levá-la para o quarto.

- Sim claro, mas depois vamos conversar sobre essa festa mocinha e quero saber exatamente quem te trouxe, porque você não veio na van.

Subimos até o quarto dela, me joguei em sua poltrona reclinável que ficava em frente a sua cama de casal, o quarto dela era um sonho, mas hoje minha noite estava mais para pesadelo.
Ela me obrigou a tomar um banho, lavei e sequei meu cabelo, mas as lagrimas não paravam, acho que estava com medo até da água, a Ana me emprestou um pijama, me joguei em sua poltrona novamente e fiquei lá chorando enquanto ela tomava banho.
Quando ela saiu do banheiro, trancou a porta do seu quarto, ela sempre fazia isso quando eu dormia lá.

- Acaiah me conta o que aconteceu. – Como ia explicar isso a ela?

- Nem sei por onde começar Ana. – Meu choro atrapalhava minha fala. – Primeiro o Gabe me beijou no bosque há algumas semanas.

- O que vocês ficaram no bosque, antes de hoje? – Droga, esqueci que ela não sabia. Logo quando ela já ia surta, ouvimos uma batida na janela, Quase gritamos, quase desmaiei de medo, olhamos pela janela, era o Danny, a Ana abriu a janela para ele.

- O que você está fazendo aqui Danny? Está Louco? Minha mãe me mata se te pega aqui.

- Ela não vai ficar sabendo, além disso, precisei voltar, o Gabe estava tendo um ataque longe da Jasmim. – Ele deu um sorrisinho e foi entrando, atrás dele, vinha Gabe.

Assim que o olhei me joguei nele, passei meus braços pelo seu pescoço e fiquei ali, provavelmente o casal estava nos olhando, mas não liguei.
Gabe enlaçou seus dedos por baixo do meu cabelo, podia sentir o calor da sua mão na minha nuca, segurando firme.

- Ele nunca mais vai chegar perto de você. Ele não vai fazer isso de novo. Te prometo isso. – Ele me beijou. Isso me acalmou, ele me trazia paz apesar de tudo.

- Ual isso foi profundo, mas alguém aqui vai ter a decência de me explicar o que diabos está acontecendo? – A Ana estava muito indignada, conhecia sua cara.

- Ana vem aqui meu anjo, Agora não é hora para explicações.

- Você está me tratando como criança Daniel e não estou gostando nada, nada disso. Poxa. Minha amiga estava prestes a ter uma sincope há alguns minutos atrás e agora vem o Gabe falando como se tivesse um lobo mal atrás da Acaiah. – Ela olhava para o Danny enquanto dizia - Alguém pode me explicar que conspiração é essa? Nem que eles já estavam ficando eu sabia... – Ela fez seu beiçinho típico.

- Ana... Amanha. Por favor. Aproveite seu primeiro dia de namoro com meu amigo ai. Me deixe cuidar dela, só por hoje. – Ainda estava agarrada nele e não iria soltar tão cedo.

- Ok... Bom se você quiser deite aqui com ela. – Ela apontou para o meu colchão.

- Ficaremos confortáveis aqui. – Disse se referindo a poltrona reclinável dela. Gabe me segurava como se eu fosse um bebe, quando achei que a Ana apagaria as luzes, ela se volta para nós três.

- Oh meu deus e o carro? – Ela perguntava quase desesperada. - Onde vocês enfiaram o carro?

- Deixei na outra esquina meu anjo, não se preocupe.

- Tudo bem. Casal qualquer coisa gritem tá?

- Boa noite Ana. – Gabe dizia já perdendo a paciência.

Ela Apagou as luzes, somente a luz da lua entrava pela janela, Gabe tirou a camisa e me enrolou em um edredom, fiquei deitada no peito dele de lado. Ele só com aquela calça jeans era um absurdo, sua pele era tão macia e quente.

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