quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 16

Voltamos para a festa, a Ana e eu fomos para um lado enquanto os meninos iam para outro, o sorriso no rosto dela era tão grande quanto a minha infelicidade.
Gabe ficava me olhando do outro lado da pista de dança com os braços cruzados no peito, totalmente sexy, uma coisa havia aprendido sobre Gabe, ele reagia a qualquer contato masculino que tivesse já que era assim que ele mostrava alguma emoção, então assim seria, minha tristeza já estava virando raiva.

- Jasmim. – Era um menino da sala, mas nem sabia o seu nome.

- E aí? – Realmente eu era muito pateta nesse assunto de paquera.

- Cara você está linda, muito diferente, no colégio você não é assim.

- Ah, obrigada. – Não sabia muito bem o que dizer, a Ana dava sorrisinhos, mas não sabia se eram para mim ou para o Danny.

- Realmente quero ficar com você. – Enquanto processava a informação, a Ana segurou o meu braço.

- Acaiah não é uma idéia muito boa. – Olhei para onde ela apontava com a cabeça e foi realmente assustador ver a cara que o Gabe nos olhava. Danny estava segurando o seu braço, falava em seu ouvido, provavelmente tentando acalmá-lo. Sorri foi inevitável, hoje ele saberia como era ficar no meu lugar, antes que pudesse responder o menino, fomos interrompidos.

- Desculpe posso roubar a moça? – O menino não gostou nada da interrupção, mas acabou cedendo e disse piscando “Conversamos no colégio” Ótimo, agora ia ter mais um pepino no colégio para resolver.

- Rafa você não desiste nunca? – Falei com um sorrisinho falso nos lábios.

- De você? Não nunca. Não é por qualquer uma que apanho do meu professor de artes marciais no shopping.

- Sinto muito por aquilo. – Era a primeira vez que ele tocava no assunto.

- Também sinto... Queria ter te beijado. – Ele segurou meu rosto, paramos de dançar, estava confusa e começava a me perder de quem eu era por causa de Gabe. – Posso?

- Pode o que? – Estava olhando em seus olhos, ele não era tão mau assim, mas logo pensei no Gabe e tudo desandou, queria estar dançando com ele, queria que fosse ele.

- Te beijar. Posso?

- Rafa, eu não...

- Só um beijo? Vai por favor? – Ele fez uma cara tão fofa, queria isso, queria alguém que me beijasse em publico, sem vergonha de gostar de mim. – Morreria por um beijo seu. – Ele veio para cima de mim rápido demais e me deu um selinho, então o empurrei, não conseguiria fazer isso.

- A parte de morrer posso resolver para você. – Agora era o Gabe, o Rafael me soltou, dessa vez ele parecia disposto a brigar também, intervir nessa palhaçada.

- Gabe, não. – Ele me olhou espantado, ergueu as duas mãos em sinal de “Lavo as minhas mãos” e foi se afastando devagar, ainda nos olhando. Virei para o Rafa.

- Você também chega. – Ele ia responder algo, mas não deixei. – Realmente não gostei do que você fez, não concordei com aquele beijo. – Não esperei por explicação nenhuma, o deixei lá e fui procurar a Ana, agora realmente queria ir embora. Acabei descontando tudo no Rafael.

- Porque está fazendo isso Jasmim? – Dei de cara com o Danny.

- Fazendo o que?

- Para que beijá-lo? Qual é o objetivo com isso?

- Não o beijei, ele me beijou. – Depois de tudo aquilo, levar lição de moral do Daniel era demais para mim.

- Eu avisei, avisei vocês dois, mas não quiseram me ouvir. – Esse assunto já tinha dado para mim, não queria e não iria mais falar sobre isso.

- Cadê a Ana?

- Conversando com Gabe. – Droga o que ela estava fazendo?

- Tenho um recadinho para você Danny. Pise na bola com ela e você vai se arrepender de ter nascido, ainda vou descobrir o que vocês são e se isso magoar minha amiga acabo com você. – Assim que terminei de falar a Ana se aproximou de nós.

- Amiga estamos com um problema, você tinha razão as vans já foram embora, meu relógio está quebrado, minha mãe vai me matar. – Ela parecia bem preocupada.

- E agora? – Estávamos em um fim de mundo, sem ter como ir embora.

- Levo você meu anjo, você também Jasmim. Eu e o Gabe viemos de carro.

- Como assim? Pirou? Vocês não têm idade para dirigir. – A Ana falou bem brava.

- Pois é, lá em casa eles não ligam para isso, contanto que não sejamos pegos. Vocês não vão ficar aqui de jeito nenhum. – Ela já estava com aquela cara de derretida dela. – Não é Gabe? – Droga ele estava atrás de mim, olhei rapidamente e abaixei a cabeça.

- Tanto faz. – Obvio para ele eu não significava nada.

- Podem ir na frente, preciso ir ao banheiro.

- Te espero Acaiah.

- Não precisa Ana, encontro vocês no estacionamento, vi onde é quando chegamos. – Eles foram indo, passei no banheiro a fila estava bem grande, devo ter demorado uns 15 minutos.

Quando sai de lá, o caminho para o estacionamento era bem escuro, não estava enxergando nada a neblina da madrugada estava nos meus joelhos, me arrependi de não ter deixado a Ana me esperar, comecei a ficar com medo.
Muito medo, aquele medo avassalador novamente, igual ao dia do bosque, mal conseguia respirar, estava na metade do caminho era uma subidinha pela grama, comecei a pressentir que não estava sozinha, andei mais rápido, tropecei, olhei para trás, tinha um homem lá e seus olhos eram brancos.
Meu coração batia três vezes mais rápido do que o normal, o medo estava me esmagando, não conseguia me mover, não conseguia gritar, só queria me encolher e chorar, nunca senti um medo desses, não assim, a adrenalina estava acabando comigo. Ele se aproxima bem devagar, seus olhos não saiam dos meus, não conseguia desviar o olhar. Não poderia ser o Gabe.
Meu coração não ia agüentar esse ritmo, meu braço esquerdo formiga, isso não era um bom sinal, sentia pontadas no meu peito, todos os músculos do meu corpo estavam enrijecendo, comecei a perder os sentidos, estava apagando, não ia resistir muito seja lá o que fosse aquilo.
Ouvi ao longe alguém chamar “Jasmim” foi o suficiente para o estranho olhar para longe, por um segundo raciocinei, era a minha chance de escapar, levantei meio cambaleando e corri, corri e corri mais.
Não parei, nem ao menos olhei para trás, minha bronquite começou a dar sinais, não sabia qual era a porcaria do carro, mas deduzi que era o que estava com os faróis ligados. Danny estava ao volante com a Ana ao seu lado, Gabe sentava atrás da Ana. Abri a porta correndo, aquilo me deu um alivio, havia conseguido escapar.

- Nossa Jasmim, onde você se meteu? – Perguntou o Danny, meu medo tomava conta de mim, que merda era aquilo tudo?

- Tranca o carro. - Disse berrando, enquanto lagrimas deixavam meus olhos.

- O que foi? – A Ana estava bem assustada. Eu tinha quase morrido, de alguma maneira sabia disso, por poucos minutos, muito poucos, teria morrido.

- Tranca o carro Danny, por favor. – Dizia berrando e pulando no banco como uma doida.

- Pronto está trancado. – Ele disse virando para trás para me olhar, a Ana me olhava com os olhos saltados, não olhei para Gabe, estávamos em lados opostos do banco, comecei a sentir o pânico crescendo novamente, não podia mais sentir aquilo, não ia agüentar.

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