sábado, 16 de julho de 2011

O Ultimo Olhar Capítulo 3

Tinha um pressentimento de que aquilo não ia acabar bem, graças a deus Danny não estava por ali.

- Ok, fora o fato de eu ser menina e você menino, somos muito parecidos mesmo. – Disse a Ana.

- A gente combina, sempre combinou. Fui um idiota, mas estou disposto a concertar as coisas. - Ele olhou para cima. - E você vai ser minha de novo.

Estava realmente começando a me preocupar e não era a toa, Danny entrou bem nesse momento, quando ele e Gabe atravessaram a porta eu não sabia onde enfiar a cara. Danny olhou para mim e para o Taylor, foi impossível não ver que se ele pudesse, espancaria nos três, mas quando ele fixou seus olhos na Ana, achei que ele fosse ter um treco. Gabe não me olhava, encarava a Ana, a coisa estava realmente feia.

- Oi. - Foi a minha única e idiota reação.

- Acho que estou sobrando, mediante tanta diversão aqui. - Danny disse e logo depois saiu da sala como um furacão.

- Daniel. - Gabe tentou interceptá-lo, mas não conseguiu.

- Isso mesmo vaza que você com certeza está sobrando. - O Taylor teve a infelicidade de abrir a boca ao mesmo tempo em que começava a se levantar.

- Cala a boca Taylor. - Dissemos a Ana e eu já nos livrando uma das pernas da outra e ficando em pé.

- Como é que é cara? - Gabe deu meia volta e parou na entrada da sala. Aquilo realmente não ia acabar bem.

- Só falei que o Danny estava sobrando e falei para ele não para você. – Disse Taylor. Gabe veio em nossa direção e acertou um murro na boca do Taylor que o fez parar na parede.

- Ele é meu amigo. Falou para ele falou para mim. Pense melhor antes de abrir a boca da próxima vez. - Taylor saiu correndo da sala, se esgueirando pela parece, segurando o queixo.

- Gabe, eu não estava... – Tentei dizer, mas Gabe me interrompeu.

- Jasmim, agora não é hora. Não gostei do que vi e não quero ouvir suas desculpas. – A Ana já atravessava a sala com passos apressados.

- Gabe... – Estava tentando me desculpar e não sabia direito nem o porquê.

- Ah você vai atrás do Danny agora Ana Paula?! Vai fazer o que? Incomodar mais um pouco? – Disse Gabe.

- Não se meta Gabe. - Ela disse enquanto ia saindo, Gabe segurou o braço dela antes de ela cruzar a porta.

- É claro que me meto. Você se comporta como uma qualquer na frente do seu namorado, meu amigo e acha que não vou te dizer nada?

- Me deixa Gabriel. - Ela disse soltando o braço com violência, enquanto chorava.

Quando ela saiu da sala e ficamos sozinhos, percebi que estava parada quase que em choque. Gabe havia batido no Taylor, havia brigado com a Ana e eu não sabia o que fazer, ele ainda não me olhava, isso não era nada bom.

- Gabe eu...

- Não fale nada Jasmim. Você tem o poder de me tirar do serio.

- Gabe, mas eu não fiz nada.

- É exatamente esse o problema Jasmim. Você não fez absolutamente nada.

- O que você queria que eu tivesse feito? Não posso mandar na Ana e ela também não fez nada de mais. Você não sabe como foi...

- Ouvi o suficiente Jasmim.

- Ótimo Gabe, então fique ai com suas idéias malucas e com seus preconceitos, vou atrás da minha amiga, que no seu conceito é uma qualquer,
mas ainda assim é minha amiga. - Sai da sala batendo a porta, meu coração estava moído. Como poderia escolher entre o Gabe e a Ana?!

Gabe estava errado em ter falado com ela daquela forma, porem, ela também estava errada por ter permitido que o Taylor fosse onde foi. Mas e eu?! Que culpa eu tinha na historia toda?! Porque diabos o Gabe estava bravo comigo?!
Procurei a Ana em todos os locais possíveis, mas não a encontrei, nem o Danny. O difícil era que já estava escuro, o pessoal havia pedido algumas pizzas que em breve chegariam, algumas pessoas conversavam pelos cantos do colégio, jogavam futebol e vôlei em uma rodinha.
Resolvi procurar próximo a biblioteca, onde tinha uma capela, em formato circular, achei estranho ela ainda estar aberta, em volta da capela não havia ninguém, comecei a sentir arrepios, percebi um vulto saindo pela porta.

- Ana? - Dizia enquanto me aproximava. O vulto não parou ao invés disso correu. - Danny, é você? Espera! – Tentei alcançar o estranho, mas não consegui. Parei em frente à porta da capela e somente por reflexo olhei para dentro, uma corrente elétrica percorreu todo meu corpo. - Ana... - Consegui dizer quase sufocando.

Ela estava caída no chão, toda retorcida, corri para perto dela e ela estava inconsciente, não havia nenhum vestígio de sangue, só uma expressão de pânico em seu rosto, ela estava respirando. Só podia ser um sugador, era a única explicação.

- Jasmim? - Ouvia voz do Gabe me chamando em algum lugar.

- Gabe aqui na capela. - Gritei sem medir o tom da minha voz, que saiu um tanto esganiçada, em menos tempo do que poderia imaginar ele estava ao meu lado.

- O que aconteceu? – Ele perguntou.

- Não sei. Vi um vulto sair pela porta e a encontrei aqui assim.

- Espere, já volto. - Não consegui me mover. Gabe saiu correndo pela porta.

- Ana. - Mexi um pouco nela - Você está me ouvindo? - Queria gritar, espernear, mas tinha que manter a calma ou ao menos tentar.

- Ana! - Danny falou entrando na capela com o Gabe – Gabe o que houve com ela? - Daniel não foi tão prudente quanto eu a pegou nos braços e sentou. - Ana, fale comigo pelo amor de Deus.

- Danny se acalme. Você sabe o que aconteceu, ela já vai acordar. – Disse Gabe.

- Gabe não pode ser. Não é possível. Michael já...

- Pode ter sido outro. – Disse Gabe.

- Ana, fale comigo meu amor - Danny estava desesperado, ela começou a se mover e abriu os olhos.

- Ana! - O Danny e eu falamos juntos. Me ajoelhei em frente a eles e Gabe se abaixou ao meu lado.

- O que aconteceu? – Ela perguntou.

- Está tudo bem meu amor. – Respondeu Danny.

- Oh Danny, estava te procurando... - Ela se ergueu e olhava nos olhos dele - Me perdoe Danny, eu te amo. Não consigo imaginar minha vida sem você. Não quero saber do Taylor, não quero saber de outra pessoa. Não importa mais nada. Quero ficar com você.

- Ana, também te amo, depois conversamos sobre isso. O que aconteceu? Você se lembra? – Aquilo fazia minha cabeça latejar, outro sugador atrás de nós?! A namorada de quem eles tinham matado agora?!

- Não quero conversar depois. – Disse ela.

- Ana precisamos saber o que aconteceu. - Gabe dizia em um tom mais calmo que o normal, nem parecia que tinha acontecido tudo aquilo.

- O que aconteceu do que Gabe? Não sei. Estava muito nervosa, você brigou comigo e o Danny fugiu sei lá para onde. Não o achava em lugar nenhum e entrei aqui. Fiquei com medo pela escuridão e acho que apaguei.

- Bem típico... - Gabe se levantou e estendeu a mão para mim. - Você não se lembra de mais nada?

- Não... – Ela disse.

- Meu anjo foi outro sugador. – Danny contou a ela.

- Mas Michael não...

- Sim Ana ele morreu, foi outra pessoa.

- Estou requisitada. – Como ela conseguia brincar com uma coisa dessas?!

- Vamos Jasmim, vamos os deixar para conversarem. – Disse Gabe.

- Só não demorem Ana, o pessoal já pediu a pizza. – Disse a ela.

- Tudo bem. – Ela respondeu. Saímos da capela, Gabe saiu na minha frente.

- Você entende o porquê não posso deixar vocês sozinhas? Por mais que a gente se afaste e tente manter tudo isso em segredo, alguém vem e faz isso Jasmim.

- Gabe...

- Poderia ter sido você. - Ele me jogou na parede da capela e me beijou com desespero.

Gabe tinha o poder de transformar qualquer magoa, qualquer preocupação, qualquer problema em pó quando me beijava daquela forma. Quando já mal conseguíamos respirar, ele se aproximou do meu ouvido e disse ofegante.

- Você me deixa louco. - Senti meu celular vibrar em meu bolso, era meu pai. Não precisava de muito esforço para ligar os fatos, isso só confirmou as minhas duvidas, ele não estava viajando.

- Oi pai.

- Jasmim, onde você está?

- Na escola, no acantonamento pai, lembra?

- Claro. E as coisas estão bem? Todos estão juntos? – Minha alma ficou gelada, ele sabia de Gabe e Danny?!

- Pai... É claro que sim. Estamos na cantina esperando uma pizza.

- Ok. Evite ficar andando sozinha. Sei que o colégio é seguro, mas a gente nunca sabe não é. – Que indiretas eram aquelas?!

- Pode deixar.

Desliguei o telefone e olhei para o Gabe, a sensação de impotência era horrível, não podíamos fazer absolutamente nada, talvez pudéssemos, mas era meu pai afinal de contas. Ouvi alguém chamando o pessoal para jantar. Maldita hora para a pizza chegar.

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