domingo, 15 de maio de 2011

O Ultimo Beijo Capítulo 12

- Oh meu Deus Acaiah, o que houve com você?

- Porque Ana? Sabia que não devia ter me maquiado. – Devia estar parecendo uma palhaça.

- Acaiah, você está linda de doe. Quando você se veste de menina você fica linda amiga. Eu nem passei lápis, vem comigo no banheiro. - Fomos ao banheiro e a Ana passou gloss e lápis. - Agora sim amiga, vamos abafar aquela sala, o Danny e o Gabe já estão lá. – Tremi, mas enfim, tinha que jogar com as armas certas, se ele estava me deixando louca, agora eu ia deixá-lo também e não pouparia artimanhas para isso.

Entramos na sala e tudo pareceu muito mais lento, algumas cabeças se voltaram para nós, Gabe estava olhando para mim e seu olhar era um misto de desejo e raiva. Aquilo me fez sorrir um pouco, algumas pessoas nos cumprimentaram ao cruzarmos a sala. Deixei a Ana no lugar dela e fui para o meu. Gabe não tirou os olhos de mim em nenhum momento, fizemos à prova.
Terminei antes da Ana dessa vez quem não sabia muita coisa era eu, fiquei esperando ela em frente a sala de áudio, tinha umas colunas ali, rodeadas de plantas e flores que escondiam uma linda escadaria, sentei e estava muito feliz. Não conseguia nem disfarçar, tinha vontade de pular de alegria, gostei da forma que ele me olhou. Acabei me deitando para trás, na parte de cima da escada.
Fechei os olhos e lembrei do seu olhar que parecia entrar dentro do meu corpo na sala. Aquilo foi muito novo para mim, a sensação foi incrível, abri os olhos e tinha alguém sentado ao meu lado, era ele.

- Gabe! – Disse levantando. Ele me jogou de novo para trás, mas segurou meu pescoço e minhas costas para que não batesse nos degraus e ao mesmo tempo se ajoelhou entre as minhas pernas, se inclinando em minha direção.

- Você. Realmente. Vai. Me. Deixar. Louco. – Ele disse pausadamente e ofegando com os lábios levemente encostados nos meus. – Você é minha. - E me beijou.

Sua boca tinha urgência da minha, não foi um beijo romântico, foi um beijo de desejo. Meu corpo pedia aquilo e não queria nem saber se estávamos no meio da escola, se ele me queria ninguém me impediria de querer ele também.
Nos beijamos da maneira mais intensa e profunda possível, a cada volta que nossas bocas davam sentia o calor emanando daquele beijo, tomamos fôlego e retornamos ao beijo mais intensamente que antes. Não sei quanto tempo ficamos ali agarrados nos beijando, mas quando ele meus lábios estavam amortecidos. Nosso peito subia e descia, ele olhava dentro dos meus olhos como se pudesse me ver minha alma e eu sustentava seu olhar.

- Não consigo... Te entender Gabe.

- Não tente. – Ele sorriu. - Você é linda. – Disse ainda ofegando e se sentou mais próximo a uma das colunas, um degrau abaixo.

Vi a Ana vindo na direção da escadaria, ela olhou para cima e quando me viu com Gabe ficou sem saber o que dizer, seus olhos se arregalaram de um jeito muito engraçado.

- Oh... É... Olá! Espero não estar incomodando. – Gabe me olhou com um sorriso reprimido esperando que eu dissesse algo.

- Há... Não, não está amiga. – Ainda tinha a respiração pesada.

- Ok. – Ela estava totalmente sem graça. - Então acho que vou indo.

- Não precisa Ana Paula, só estou esperando o Daniel e já vou embora, se preferir posso esperar em outro lugar. – Gabe falava com ela serio.

- Nãooo, imagine. Sem problemas. - Ela se sentou no degrau abaixo e Danny chegou. Acho que ela parou de respirar ou pelo menos foi o que pareceu.

- Opa! O que temos aqui? Algum tipo de reunião de cúpula? – Ele dizia sorrindo, a Ana estava prestes a derreter como um picolé em frente ao ventilador. Gabe olhava para ele como se aquilo tudo estivesse sido premeditado e eu estava perdidinha.

- Não Daniel, só estava te esperando em companhia das nossas colegas de classe.

- Ah sim. O basquete também não me pareceu interessante hoje. – Ele dizia enquanto se sentava no mesmo degrau da Ana, de frente para ela. – E aqui bate um vento fresco, neste calor pode ser algo bem agradável. Você não acha Jasmim?

- É o lugar realmente, é bem ventilado.

- É talvez seja por isso que seu cabelo esteja tão despenteado. – Oh oh. Não havia percebido, mas após aquele beijo furacão meu cabelo deveria realmente estar imprestável. - Deve até mesmo estar te dando frio, pois sua boca está toda vermelha. – Gabe e Danny começaram a rir, estavam tirando comigo.

- Nossa amiga, realmente sua boca esta vermelhinha. O que você estava fazendo Acaiah?

- É, é... Estava mordendo os lábios, deve ser isso. – respondi totalmente sem graça.

- Orra Acaiah, você parece ter sido atacada por um canibal. – Começamos a rir juntos, parecíamos quatro bons e velhos amigos, mas sempre tem alguém para estragar a felicidade alheia.

- Gabe?! O que você está fazendo aqui com elas? – A voz da Samara ecoava em meu ouvido, percebi que a Ana estava com a cara fechada olhando as unhas.

- Estava esperando o Daniel Samara. - Ele disse já sem humor nenhum.

- Bom se o Daniel já está aqui, porque não vamos embora? Não vamos para minha casa? - Ah que nojo, como aquilo podia estar acontecendo? Precisava sair dali senão ia vomitar.

- Vou para a academia hoje. – Ele respondeu em tom nada amistoso.

- Bom então vamos indo, vocês me deixam no carro é melhor do que ficar aqui, nessa deprimente companhia. - A Ana se levantou e disse quase aos berros.

- Deprimente é como vou deixar a sua cara se você não se mandar daqui o quanto antes. Sua ridícula. – Daniel estava colado a ela com as mãos em sua cintura. Gabe e eu, nos levantamos também.

- Olha só quem está falando, você é uma...

- Não abra sua boca para terminar essa frase Samara ou não respondo por mim - Danny dizia entre dentes. A Samara o olhava tão, assustada quanto a Ana.

Aquilo não era esperado por ninguém ali, ele não parecia em nada o Danny amistoso de minutos atrás. Gabe a olhava com raiva, se virou para pegar a mochila, me olhou, desceu e foi andando com sua cachorrinha de estimação atrás, mas uma vez fui aos extremos em minutos.

- Vamos indo Samy. – Disse Gabe.

- Vaca. Quem ela pensa que é?

- Calma Ana, - Daniel dizia se colocando em frente a ela. – Essa garota é uma inútil, jamais deixaria que encostasse um dedo em você. – Ele a olhava de um jeito tão lindo que até eu estava me derretendo. – Ou em você Jasmim.

Pegamos nossas mochilas e fomos embora, Danny acompanhou a Ana até em casa. Entrei em choque com tudo aquilo, Gabe estava brincando com a minha cara e isso estava acabando comigo.
Desci do ônibus escolar no meio do caminho e andei no sentido oposto, caminhei algumas quadras e cheguei à academia Cour, não conseguiria ficar tranqüila sem conversar com ele, não dessa vez.
Entrei a academia e ele estava sentado na recepção, era horário de almoço e a academia tinha pouco movimento. A recepcionista não estava lá.

- Preciso falar com você Gabriel.

- Gabe. Não me chame assim.

- Que seja, preciso falar com você e precisa ser agora.

Ele chamou um dos professores e pediu que cuidasse da recepção, fomos a uma salinha que deveria ser algum tipo de escritório, ele me pediu que sentasse no sofá e se sentou na mesinha de centro em frente.

- O que houve? – Não sabia nem por onde começar.

- Gabe... Isso não está certo. – Respirei fundo e percebi que ele também. – Você me beija de repente, cozinha para mim na minha casa, diz que é louco por mim e do nada você muda completamente. Age como se nem me conhecesse e pior, fica do lado da sua namorada como se nada tivesse acontecido.

- Jasmim... Não é tão simples...

- Claro. Você é complicado, já sei disso, mas descomplique. Porque aquela garota?

- Porque a escolhi como minha namorada. – Aquilo me desmontou por completo. – Escute Jasmim, algumas coisas não estão sobre nosso controle e não temos como mudar. Essa é uma delas. – As malditas lagrimas já rolavam desenfreadas pelo meu rosto. Que ódio. Se ele não fosse professor de artes marciais voaria em cima dele.

- Sobre aquele dia no bosque...

- Qual deles? – Cínico.

- O dia em que vi você com os olhos brancos...

- Não faço idéia do que você está falando.

- Danny acreditou em mim.

- O Daniel tem problemas.

- Ótimo. - Levantei para ir embora e ele levantou junto, me segurou pelo braço.

- ME LARGUE. – Gritei mais alto do que gostaria, ele me soltou e ficou parado, me olhando sair pela porta. O homem na recepção me olhava assustado, corri para a saída. Nunca mais queria vê-lo.

Passei o dia chorando na cama, o telefone tocou e não atendi, provavelmente era a Ana, mas não estava com saco para conversas. Chorei ate ficar inconsciente.
Quando acordei percebi que meu rosto estava todo melado, de tanto chorar, olhando no espelho, parecia que um bando de lesmas havia andado pelo meu rosto, tomei um banho. Chegaria para a segunda aula, havia acordado atrasada de novo.
A coordenadora veio me questionar o motivo do atraso, dei a desculpa que meu despertador não tocou, fiquei aguardando a entrada para a segunda aula. Entrei e vi que a Ana estava sentada ao lado da Ariel, o único lugar vago era com elas, então fiquei sem escolha. Não procurei por Gabe na sala, não queria vê-lo com aquela idiota.

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